Desde que comecei a estudar a CNV (Comunicação Não-Violenta) me deparo com essa pergunta em algum treinamento, e sinceramente, hoje não vejo “palavrões” como sinônimo de violência. É claro que há sempre um contexto em que as palavras ditas estão inseridas, mas muitas pessoas têm uma fala mais expressiva ou um tom de voz mais elevado, e não necessariamente estão buscando ofender alguém.
Um dos grandes vilões na comunicação é a violência passiva, pois ela pode arruinar qualquer forma de relacionamento, e apesar disso ainda acaba sendo suportada por anos. Em certas situações a pessoa não está sofrendo fisicamente, e pode não se sentir preparada para encarar a demanda que lhe será exigida caso opte por sair daquele ambiente que a destrói, seja no relacionamento pessoal ou profissional. É muito comum ouvirmos comentários do tipo: A empresa era tão boa, por que pediu demissão? Seu marido era tão trabalhador, por que se separou?
A violência passiva pode se apresentar em uma piadinha aqui, outra ali, ou num comentário carregado de julgamentos, e nisso o respeito se vai. Daí você me pergunta: Não posso mais ser bem-humorado? Fazer piadinhas agora é ser violento? Não, de forma alguma. Temos que rir e muito, mas podemos ser mais atentos aos outros e seus sentimentos, bem como atender também as nossas necessidades de ser mais leves e divertidos.
A violência se apresenta de várias formas, e a CNV nos convida a olhar para nossos relacionamentos mais de perto e entender que todos estão buscando atender suas necessidades, e que às vezes apenas estamos usando estratégias diferentes para tal.
Como dizia Marshall Rosenberg: “A violência é uma expressão trágica de uma necessidade não atendida.”
Seja uma pessoa curiosa e se permita conhecer mais sobre seus sentimentos e necessidades.